O Problema da Data e o Texto

Clinton L. Branine.
Professor da Heritage Baptist University [Universidade Batista Herança].

OS DEFENSORES da Nova Versão tentam usar a data dos manuscritos do Texto Tradicional como uma razão convincente para apoiar sua posição.

Observe a declaração de Stewart Custer, The Truth About the King James Version Controversy [A Verdade Sobre a Controvérsia da Versão King James]: “O texto Alexandrino é mais antigo e melhor atestado do que os outros.” Ele prossegue dizendo:

“O texto bizantino é posterior aos outros e é um texto derivado”. (p.9)

Ele continua:

“Assim, a evidência mais antiga para o texto Bizantino é a metade do século IV, dois séculos mais tarde do que o texto Alexandrino”. (p.9)

D. A. Carson concorda com Custer.

“Eles [os eruditos] argumentaram que a tradição textual Bizantina [que inclui o TR] não se originou antes de meados do século IV, e que foi o resultado de uma fusão de textos anteriores.” (The King James Version Debate, p.40).

Stewart Custer segue o raciocínio de Westcott e Hort. A maioria dos defensores da Nova Versão regressa a Westcott e Hort a uma data tardia para o Texto Tradicional. Esse raciocínio é apoiado por fatos? Não!

Dr. Harry A. Sturz, The Byzantine Text-Type and New Testament Textual Criticism [A Crítica Textual do Tipo de Texto Bizantino e do Novo Testamento], dá a seguinte informação:

“Estas 150 leituras (bizantinas) são antigas. Elas remontam ao século II, pois são apoiadas por papiros que retroagem à datas dos séculos II e III”. (p.62)

“[…] é surpreendente do ponto de vista da teoria WH descobrir que as assim chamadas leituras Bizantinas ‘não só existiam nos primórdios como estavam presentes no Egito antes do final do segundo século”. (Sturz, p.62).

Sturz continua:

“Portanto, WH estava enganado em relação à sua insistência de que todas as evidências pré-Sírias para leituras deveriam ser encontradas nos textos Alexandrino, Neutro e Ocidental, isto é, que esses três tipos de texto e suas principais testemunhas reservaram o quadro completo do século II da tradição textual sobre a qual o(s) editor(es) sírio(s) edificou.” (pp.62-63)

John Burgon pesquisou os pais da igreja primitiva quanto ao texto que eles usavam. Ele diz:

A predominância original do texto Tradicional é mostrada na lista dos primeiros Pais. Seu registro prova que em seus escritos, e assim na igreja em geral, a corrupção se fez sentir nos primeiros tempos, mas que as águas puras geralmente prevaleceram.

A Tradição também é carregada através da maioria dos Pais que os sucederam. Não há quebra ou intervalo: o testemunho é contínuo. Mais uma vez, a mais ligeira confirmação é dada à noção do Dr. Hort de que uma revisão ou recensão foi definitivamente realizada em Antioquia, em meados do século IV. (The Traditional Text of the Holy Gospels [O Texto Tradicional dos Santos Evangelhos], vol 1, p. 121).

Burgon diz:

“Para os 76 Pais da Igreja examinados, [Pais que morreram antes do ano 400 d.C.] havia 2.630 referências ao Texto Tradicional e apenas 1.753 para o Texto Neologista [tipo de Westcott-Hort]. O Texto Tradicional definitivamente existia bem antes de 400 d.C. Em outras palavras, não é apenas o Texto Tradicional presente no tempo desses pais da igreja, que viveram e morreram antes de 400 d.C., o Texto Tradicional predominou sobre o Neologista [WH] em 3 a 2.”

Edward Miller (editor do Deão Burgon) escreveu:

“No que diz respeito aos Pais que morreram antes de 400 d.C., a questão agora pode ser colocada e respondida. Eles testemunham o Texto Tradicional como existente desde o primeiro, ou não? Os resultados das evidência, tanto no que diz respeito à quantidade como à qualidade do testemunho, permitem-nos responder, não só que o Texto Tradicional existia, mas que era predominante, durante o período em análise. ” (David Otis Fuller, Which Bible [Qual Bíblia], p.116).

Westcott e Hort com seus seguidores

“[…] argumentaram que a tradição textual Bizantina (que inclui o TR) não se originou antes de meados do século IV, e que foi o resultado de uma fusão de textos anteriores. Este texto foi levado para Constantinopla, onde se tornou popular se espalhando por todo o Império Bizantino.” (D. A. Carson, The King James Version Debate, pp.40-41).

“Westcott e Hort teorizaram que tal tipo de texto prevalecente só poderia ser explicado com base em ter sido sancionado eclesiasticamente, sem um único fragmento de evidência histórica para este suposto concílio da igreja em todo o império, esses homens simplesmente escolheram um lugar, Antioquia, um tempo, 250-350 d.C.; um coordenador, Luciano; soando impressionante, a designação técnica, Recensão Luciana”. (William Grady, Final Authority [Autoridade Final], p.32 [DBS #2374]).

Um número de papiros (p) datados de cerca de 200 d.C., 150 anos antes do Vaticano e do Sinaítico, concordam com as leituras do Texto Tradicional. A maioria dos estudiosos nega isso, mas nota a evidência do Texto Tradicional. Após um estudo minucioso da pág. 46, Gunther Zuntz afirma:

“Várias leituras Bizantinas, a maioria delas genuínas, que antes eram descartadas tardiamente, são antecipadas pelo P46”. (The Text of the Epistles [O Texto das Epístolas], p.55)

E. C. Colwell concordou com Zuntz, (Which is the Best New Testament [Qual é o Melhor Novo Testamento], p.70). Estes homens concordaram que a maioria das leituras do P46 eram do século II.

Floyd Jones dá o seguinte:

“Hills declarou que as leituras de Chester Beatty reivindicam distintas leituras Sírias” vinte e seis vezes nos evangelhos, oito vezes no livro de Atos e trinta e uma vezes nas Epístolas de Paulo. Hills continua a afirmar que O Papiro Bodmer II (Papiro 66) confirma 13% das chamadas leituras Sírias tardias (18 de 138). Para apreciar apropriadamente, é preciso considerar o fato de que apenas cerca de 30% do Novo Testamento tem algum apoio de papiro, e grande parte desse 30% tem apenas um papiro, o que é visto como uma grande confirmação para a antiguidade do texto do Texto Tradicional, em contradição direta com a teoria anteriormente esboçada em que as leituras Sírias foram ditas por Westcott e Hort como sendo dos séculos IV e V. Não projetemos, razoavelmente, as subsequentes descobertas dos papiros que dão apoio semelhante às leituras agora existentes apenas no texto Bizantino?” (Which Version is the Bible [Qual Versão é a Bíblia?] p.79).

Westcott e Hort reescreveram a história do texto com a recensão Luciana. Os liberais de hoje rejeitam a maior parte da validade da teoria Luciana de Westcott-Hort. No entanto, este não é o caso dos estudiosos de texto conservadores. Veja The Bible Version Debate [Debate sobre a Versão da Bíblia] publicado pelo Central Baptist Seminary [Seminário Batista Central], Minneapolis, MN. Esta escola também produziu a tal Bíblia única?

Stewart Custer e os estudiosos da Bob Jones também continuam com a visão de Westcott-Hort.

Os eruditos do Dallas Seminary [seminário de Dallas] e a maioria dos seminários fundamentalistas concordam com Westcott e Hort. Isso é realmente estranho quando estudiosos liberais concordam que não há história que apoie a visão de Westcott-Hort.

Os fatos evidenciam uma existência primitiva do Texto Tradicional. Cremos que o texto tradicional é uma preservação do texto original.

Traduzido em Português por Ícaro Alencar de Oliveira. Rio Branco, Acre, Brasil: 04/07/2018.

Fonte: <http://deanburgonsociety.org/CriticalTexts/date.htm>.

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